A NOITE ESTRELADA
Clóvis Campêlo http://www.geleiageneral.blogspot.com.br/ |
É uma das mais conhecidas pinturas de Vincent van Gogh. Foi feita por
ele aos 37 anos de idade, em 1889, enquanto estava internado em um asilo na
cidade de Saint-Rémy-de-Provence, na França. Atualmente encontra-se na coleção
permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York.
Segundo os seus estudiosos, a obra foi feita de memória e não a partir
da visão de alguma paisagem. A parte central representa a aldeia onde ficava o
sanatório, sob um céu enrolado e com alguns astros fora do lugar, como a
constelação da Ursa Maior, deslocada mais para o sul. O cipreste à esquerda,
foi adicionado em primeiro plano à pintura.
É nesse período que o artista rompe com a sua fase impressionista e
desenvolve um estilo próprio, com o uso de fortes cores primárias, às quais ele
atribuía significados próprios.
Apesar da forte definição dos contornos das imagens retratadas, o
cenário sugere intenso movimento, com o lugarejo espremido entre o céu, que
ocupa a maior parte da figura e uma estreita faixa de terra. Parece que o
pintor tomava consciência naquele momento da nossa pequena dimensão no
universo.
Por outro lado, o cipreste colocado à esquerda realça o primeiro plano
da composição e serve de elo entre o agitado ambiente celeste e a calma das
montanhas e do casario de Saint-Rémy.
Alguns estudiosos da obra chamam ainda a atenção para a imagem da lua,
à direita da composição, que mais lembra o sol, clareando o azul da noite, e as
imagens das estrelas, que sugerem pequenos sóis.
Assim como talvez já tenha acontecido com milhares de outras pessoas,
esse foi o quadro de Van Gogh que sempre me chamou mais a atenção. Foi a partir
dele que me interessei em pesquisar e conhecer mais a sua obra, embora sem
nenhuma pretensão de um estudo pertinaz e intensivo.
A admiração apenas refletiu-se numa tentativa empírica de conhecimento
da obra e da vida contida do autor holandês, que contrastava com a intensidade
interna dos seus sentimentos conturbados.
Recife, 2014
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