terça-feira, 22 de dezembro de 2015

O CANTO DE VÓLIA



A ARTE E O ARTISTA
Por Florbela da Caatinga

A arte é o Universo; o artista é o pequeno mundo que por ela transita.

A arte é o mar imenso; o artista o pequeno peixe que em suas ondas se agita.

A arte é o caminho; o artista é o caminheiro.

A arte é o grito da alma, expressão mais pura do que há em nós. Forma mais bela da comunicação, seja ela em qualquer forma com que se exponha.

A arte do escrever, unir as letras em palavras, frases, períodos, tecendo por onde navega a poesia. Por onde os sonhos são expressados na sua mais pura magia.

São gritos que tocam o coração, nas suas fibras mais puras e sensíveis.

A arte de musicar, unir pequenas notas, que sozinhas não dizem nada, mas quando o artista as combina e tece com elas a música, unidas elas se tornam uma prece, um encantamento, e os sons perfumam o mundo de beleza.

A arte de pintar, retratar a vida pela ótica de cada um, quanta beleza em expressar as impressões do mundo, em cores, luz e sombra que se combinam, e fazem toda diferença. E a maneira de exprimir, cada artista é um universo único, e as formas que serão vistas e interpretadas por cada olhar, saíram das mãos de um único olhar, que ao parir a sua obra, entrega-a ao mundo de olhares e sentimentos diversos, aos outros universos.

A arte do esculpir, tirar da pedra, do barro, do ferro, do papel, do plástico, de tantos outros materiais, um mundo que ali se encontrava secreto e pelas mãos do artista aparece agora, a céu aberto. Formas concretas, abstratas, que saem do mármore, ou de uma simples lata, mas com eles o artista seu mundo íntimo retrata.

A arte do dançar, e, com os movimentos do corpo, toda emoção expressar... Em saltos magníficos, em divinos “pas de deux”, em ritmos brandos ou frenéticos, mas, com o corpo, poder dizer tudo o que vai dentro da alma. E o artista entrega-se ao movimento, como fosse a própria respiração, o próprio bater do coração e com a dança entrega à vida a sua alma com emoção.

A arte do representar, reviver histórias, viver outras, de mundos diversos, deixar que a imaginação fale dos sonhos, de alguém, fale de sentimentos. Representar é recriar a história, em outro tempo, em outro cenário. É poder sonhar o mesmo sonho, reviver a beleza de um momento.


A arte e o artista... Quem terá vindo primeiro? Quem é a criatura e o criador? Uma sem o outro não existe. Só o que se sabe é que o mundo seria terrivelmente chato, sem sabor, se não existissem o artista e sua arte.

Vólia Loureiro Do Amaral
Vólia Loureiro do Amaral Lima é paraibana,
 engenheira civil, poetisa, romancista e artista plástica.. 
Autora das obras Aos Que Ainda Sonham (Poesia) 
e Onde As Paralelas Se Encontram (Romance). 

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