sexta-feira, 16 de maio de 2014

DALINHA

MÃE SOLTEIRA

Dalinha Catunda


Não foi só descaramento,
Nela não tinha maldade.
Eram apenas arroubos,
Sintomas da pouca idade.
Ovelha negra era agora
Na voz da sociedade

Sua barriga crescia,
Seu vestido encurtava,
Sua cintura antes fina,
Dia a dia engrossava,
E o filho feito a dois
Sozinha ela carregava.

Seguiu firme sua sina
Pesava barriga e dor.
Lembrava a mãe de Jesus
Que por seu filho lutou.
E entregava seu destino
 A Cristo seu redentor.

E em momento nenhum,
Seu ato a envergonhou.
Com o nariz empinado,
A vida continuou.
Segurou firme nos braços,
O que o ventre lhe ofertou.

Boa mãe é com certeza,
A outro filho deu luz.
Continua mãe solteira,
Sem achar que é uma cruz.
Sem dizer amém às regras
A sua vida conduz.

Apontada como exemplo,
De mãe bem sucedida,
Pelos que antigamente
A chamavam de perdida.
Lança um riso de ironia
Pras voltas que dá a vida.





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