--
Então, mestre dos mares, o que o senhor achou de meu amigo, o doutor Joaquim
Barbosa de Oliveira Pinto e Silva? – quis saber do Velho Marinheiro o maior,
talvez único, cruzadista profissional da Vila Invernada: Romualdo Bastos.
--
Uma besta, seu Romualdo, uma besta.
--
Uma besta?! Não posso acreditar numa coisa dessas, não posso mesmo. Velho
Marinheiro, o doutor Joaquim Barbosa de Oliveira Pinto e Silva é um homem de
extensa e consolidada cultura, um homem que...
--
Não estou dizendo o contrário. Não estou pondo em xeque a cultura de seu amigo.
Deu para perceber que ele é um sujeito letrado, bem preparado etc. O que não o
impede de ser uma besta.
--
Velho Marinheiro: estou atordoado, não consigo entendê-lo.
--
Romualdo: seu amigo fez questão de deixar claro – por reiteradas vezes e com a empáfia
dos metidos a sabichão – que ele jamais muda de opinião. E se gaba disso.
--
Ora, o doutor Joaquim Barbosa de Oliveira Pinto e Silva é um homem de posições
firmes, de convicções arraigadas. Jamais será uma Maria vai com as outras.
--
Sim. Que beleza. Só que, por achar que sabe tudo, ele fechou a porta para a
curiosidade, ele se recusa a aprender novos conceitos, acredita que o mundo vai
deixar de evoluir só porque ele não muda de opinião. Um sujeito assim o que é?
Uma besta, uma besta arrogante. Entendeu agora?
--
Velho Marinheiro: estou aturdido com suas palavras, não sei o que lhe dizer.
--
Então, não me diga nada, tome um trago e relaxe. (OS)
Nenhum comentário:
Postar um comentário