RETIRANTES - PORTINARI - 1944
O
SERTANEJO
Sertanejo quando sai
Do seu querido torrão,
Só sai porque necessita,
Sai porque tem precisão.
Se fosse mesmo por gosto,
Não deixaria seu chão.
***
Nos alforjes carregados
Transporta tristeza e dor.
Saudades da lua cheia,
Das noites no interior.
Do amanhecer do dia
Com galo despertador.
***
Com olhos marejados,
Lacrimeja de emoção.
Quando escuta no rádio
Ou mesmo em televisão,
Canções que antes ouvia
Em seu saudoso sertão.
***
Dói na alma dói no peito,
É bem grande a emoção,
Do “sertanejo que é forte”,
Mas se transforma em chorão,
Quando desperta a saudade
Que dorme em seu coração.
Dalinha Catunda é poetisa,
cordelista e declamadora
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