EU SOU O SERTÃO!
Nas
terras alencarinas
Eu
nasci e me criei
Não
foi por causa da seca
Que
de lá eu desertei
Parti
pra me libertar
E
aprender a voar
Migrante
assim me tornei.
***
Mesmo
desertificado
Eu
não largo meu sertão
Viajo
pra todo lado
Mas
não esqueço meu chão
O
mato pode secar
O
meu açude rachar
Não
mudo de opinião!
***
Sou
ave de ribaçã
Não
esqueci o roteiro
Vivo
entre o Ceará
E o
Rio de Janeiro
Tatuei
no coração
O
retrato do sertão
O
meu reino verdadeiro.
***
E
quem nunca tibungou
No
rio de sua aldeia
Quem
nunca namorou
Ao
clarão da lua cheia
Quem
ao som dum sanfoneiro
Não
se enroscou num terreiro
Num
chamego que enleia.
***
Só
sabe o que é sertão
Quem
bebeu água de pote
Já
tomou banho de cuia
E
sabe o que é um xote
E
antes de ser beijada
Já
ficou arrepiada
Com
o cheiro no cangote.
***
O
nordeste é terra quente
Por
isso gosto de lá
Sou
filha das Ipueiras
Que
fica no Ceará
Pertinho
do Piauí
Vou
ficando por aqui
E
jamais ao Deus dará.
Dalinha Catunda é poetisa,
cordelista e declamadora
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