domingo, 31 de janeiro de 2016

PRA DESCONTRAIR


GRITARIA NO SENADO

Um homem passa pela porta do plenário do Senado e escuta uma gritaria que saía lá de dentro:

— Filho da puta, ladrão, salafrário, assassino, traficante, mentiroso, pedófilo, vagabundo, sem vergonha, preguiçoso, vendido, assaltante, terrorista...

Assustado o homem pergunta ao segurança parado na porta:

— O que esta acontecendo aí dentro? Eles estão brigando?

— Não — responde o segurança —, acho que estão fazendo a chamada!


***

NA SEXTA, NÃO DÁ!

Depois de vinte anos de casamento, o casal vai ao consultório do psicólogo – um jovem bonitão, sarado. O terapeuta lhes pergunta a razão da consulta.

-- Pouca atenção e intimidade, vazio, solidão... Eu não me sinto amada nem desejada por ele.

O “menino do Rio” se levanta, se aproxima da mulher e pede que ela também se levante. Então, ele a abraça e beija sua boca com sofreguidão. Em seguida, diz ao marido:

-- É disso que sua mulher precisa, pelo menos três vezes por semana! Você consegue?

O marido pensa um pouco e responde:

- Bom, eu posso trazê-la segunda e quarta. Mas, nas sextas, não dá. Jogo bola!


SOM E IMAGENS: MILTON NASCIMENTO

BORGES


SÉRGIO GOMES


BERTONI


ENDERSON


TONHO


LÉIA OLLIVER


FERNANDO P.


JORGE INÁCIO



VLADIMIR VAZ



TRAVESSIA

De Milton Nascimento e Fernando Brant



Milton Nascimento nasceu no Rio de Janeiro, no dia 26 de outubro de 1942. Ainda criança já mostrava interesse pela música. Com 13 anos ganhou seu primeiro violão. Em 1963 muda-se para Belo Horizonte. Ao longo de 11 anos, formou diversos grupos musicais e em 1966 vai para São Paulo e participa do Festival Berimbau de Ouro. Tem sua música “Canção do Sal” gravada por Elis Regina.

Em 1967, Milton Nascimento tem três músicas classificadas no Festival Internacional da Canção. É eleito o melhor intérprete e a música “Travessia”, composta por ele e Fernando Brant, conquista o segundo lugar. Nesse mesmo ano lança seu primeiro disco solo, realiza diversos shows e em 1968 dá início a sua carreira internacional, excursiona pelos Estados Unidos, onde grava o disco “Courage”. Em 1972 lança, junto com Lô Borges, o álbum “Clube da Esquina”.

Com uma longa carreira de sucesso, Milton lançou diversos álbuns e conquistou vários prêmios, entre eles, quatro Grammy, e seu nome esteve diversas vezes na lista dos melhores das publicações “Down Beat” e “Billboard”. (FONTE: E-BIOGRAFIAS)

DAQUI NÃO SAIO...


-- Então, mestre dos mares, o que o senhor achou de meu amigo, o doutor Joaquim Barbosa de Oliveira Pinto e Silva? – quis saber do Velho Marinheiro o maior, talvez único, cruzadista profissional da Vila Invernada: Romualdo Bastos.

-- Uma besta, seu Romualdo, uma besta.

-- Uma besta?! Não posso acreditar numa coisa dessas, não posso mesmo. Velho Marinheiro, o doutor Joaquim Barbosa de Oliveira Pinto e Silva é um homem de extensa e consolidada cultura, um homem que...

-- Não estou dizendo o contrário. Não estou pondo em xeque a cultura de seu amigo. Deu para perceber que ele é um sujeito letrado, bem preparado etc. O que não o impede de ser uma besta.

-- Velho Marinheiro: estou atordoado, não consigo entendê-lo.

-- Romualdo: seu amigo fez questão de deixar claro – por reiteradas vezes e com a empáfia dos metidos a sabichão – que ele jamais muda de opinião. E se gaba disso.

-- Ora, o doutor Joaquim Barbosa de Oliveira Pinto e Silva é um homem de posições firmes, de convicções arraigadas. Jamais será uma Maria vai com as outras.

-- Sim. Que beleza. Só que, por achar que sabe tudo, ele fechou a porta para a curiosidade, ele se recusa a aprender novos conceitos, acredita que o mundo vai deixar de evoluir só porque ele não muda de opinião. Um sujeito assim o que é? Uma besta, uma besta arrogante. Entendeu agora?

-- Velho Marinheiro: estou aturdido com suas palavras, não sei o que lhe dizer.

-- Então, não me diga nada, tome um trago e relaxe. (OS)



A ORELHA DO OSÓRIO

pt.wikipedia.org

Coisa daquela, ali, no bar do Carneiro, ninguém jamais vira. Aliás, ninguém jamais vira coisa daquela ali nem em lugar algum.

A mulher estacionou o carro, atravessou a rua pisando firme, entrou no bar, não disse bom dia a seu ninguém, caminhou na direção de Osório, pegou o marido pela orelha direita e esbravejou: “Bebendo de novo, vagabundo! Em casa, a gente conversa melhor! Você vai ver o que é bom pra tosse! Vamos embora, agora!” E pela orelha o levou até o carro.

Osório não esboçou reação.

Quem diria? Osório – que se mudara recentemente para o único prédio da rua –, sempre metido a besta, sempre a contar vantagens, sendo castigado em público feito menino travesso. E pela mulher, na frente de todos.

-- O pior é que ele não me pagou nem a despesa de ontem – choramingou o pobre Carneiro, já contabilizando mentalmente o prejuízo certo, sua sina.

O espanto maior, porém, viria no dia seguinte, quando Osório, sem qualquer constrangimento, entrou no bar, pediu “uma” e perguntou ao Carneiro se lhe devia alguma coisa. Claro que devia. Osório sacou um bolo de dinheiro do bolso, acertou as contas e deixou outras três pagas.

-- Hoje, estou sossegado. Minha mulher foi fazer exames médicos na cidade. Vai demorar.

Osório entornou as três já pagas, pediu mais duas e se foi. Trôpego.

Quando Ananias lhe contou a história, o Velho Marinheiro se limitou a dizer:

-- Um tipo assim merece mais que puxão de orelha. Da próxima vez, espero que a mulher lhe abaixe as calças e lhe sapeque a bunda sem piedade. É um desavergonhado, Ananias. Um desavergonhado. O sujeito apanha da mulher em público e ainda volta ao local do “crime”. Pode? (OS)


sábado, 30 de janeiro de 2016

CHÁ DAS CINCO: MARINA COLASANTI

EU SEI, MAS NÃO DEVIA

www.marinacolasanti.com
Foto: Rafael Mussolini


Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.


A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

(1972)


PRA DESCONTRAIR


CONGRESSO AMEAÇADO

O motorista está preso em um engarrafamento na avenida que passa ao lado do Congresso Nacional em Brasília. De repente, um homem bate na janela do carro. O motorista abre o vidro e pergunta:

-- O que está acontecendo?

-- Terroristas estão pedindo 10 milhões de reais. Caso contrário, eles vão jogar gasolina em tudo e queimar o Congresso com os deputados dentro. Por isso, estamos passando de carro em carro e coletando doações.

-- Em média, quanto as pessoas estão doando?

-- Ah, por volta de uns cinco litros.

A UROLOGISTA

O sujeito foi ao urologista para saber como anda sua próstata. Ficou surpreso e receoso ao se deparar com uma lindíssima mulher, a urologista, que tratou de tranquiliza-lo:

-- Não se preocupe, sou profissional e já tenho visto e feito praticamente tudo... Portanto, me diga qual é o seu problema, farei os exames e o que for preciso para resolver seu problema.

-- Sabe o que é doutora? Minha esposa diz que meu pênis tem um gosto estranho...


A ARTE DE SIMONE GRECCO


O primeiro bebê


Vento e chuva.
E o fiel companheiro sempre junto!
Wire sculpture


Casamento na praia.
Wire sculpture


Escultura em pedra mineira


Estreiando modelito novo, tomara que caia. (Ou cai 
cai, como dizem aqui em Portugal )
Wire sculpture


Formada pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo (1972)
 e com diversos cursos de especialização nos Estados Unidos, 
Simone Grecco é uma artista plástica, cuja obra a todos encanta. 
No Brasil e no exterior.
Para entrar em contato com Simone, 
mestre em esculturas em arame, acesse

SOM E IMAGENS: GONZAGUINHA

CERINO


JORGE INÁCIO


LUIS PIMENTEL


DOUG CARVALHO


ADMO - ALEXANDRE DRUMOND

CLERISTON RIBEIRO

J.BOSCO








VIDRÁGUAS: CARMEN SÍLVIA PRESOTTO



DOR

Dor tamanha,
dor estranha
fome de gente
que sente
e mesmo assim,
se vive, se agita,
mas alguém
em mim grita
sede presente
por seres diferentes
que espantem o ódio
os ismos, a brutal idade
a raiva e loucura...
dor tamanha
dor estranha
dor de mãe
e poeta...
dor nas entranhas!

Carmen Silvia Presotto – Vidráguas!


Carmen Silvia Presotto 
é Coordenadora Editorial na 
empresa Vidráguas.
É também autora dos seguintes livros:
Postigos: Poesia. Editora Vidráguas, 2010.
Encaixes: Poesia. Editora Vidráguas, 2006.             

Dobras do Tempo: Poesia. Editora Alcance, 2003.