terça-feira, 4 de outubro de 2016

INSTANTES: ANA ANDRADE

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INDIFERENÇA



Ternura

intimidada

pelas manhãs devastadas

e noites sem segundos...

indecifráveis apelos

clamam o teu nome,

entre corais desmaiados

e sortilégios esfacelados

onde o canto da alma,

dá voz ao silêncio

em soluços de melancolia.



Pálpebras

suadas de sal

reprimem ilusões,

que ardem no vazio

de um poema proibido:

sofreguidão

escondida na nudez

que abrasa os ventos

e faz o ciúme demente...

no quotidiano da memória

o teu rosto sempre presente,

envelhece o tempo

e não me deixa enxergar

um coração que se fechou...



Atormentado

divaga o meu olhar

que se demora,

nas sílabas da indiferença!



Ana Andrade

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