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CORROSÃO DO PSDB
VIROU FENÔMENO IRREVERSÍVEL
A política brasileira atingiu um estágio em que todo processo
de aliança é um ritual de emporcalhamento
Por Josias de Souza
UOL – 03/06/2017|01:13
O PSDB escreve um melancólico capítulo de sua história. O partido
saiu da eleição presidencial de 2014 como a maior força política da oposição.
Aécio Neves parecia fadado a virar presidente na sucessão seguinte, em 2018.
Hoje, o PSDB é coadjuvante do PMDB num governo apodrecido, chefiado por um
presidente cujo futuro está condicionado, entre outros fatores, à delação de um
ex-assessor filmado recebendo uma mala com propina de R$ 500 mil reais da JBS.
A política brasileira atingiu um estágio em que todo processo de aliança
é um ritual de emporcalhamento. No Brasil, uma coalizão governamental serve
basicamente para assegurar a fidelidade dos participantes ao grupo pela
cumplicidade. A plateia já não consegue distinguir PT, PSDB, PMDB e todo o
resto.
Desde que explodiu a delação da JBS, do empresário Joesley Batista,
o PSDB ensaia um rompimento com o governo. Agora, os deputados tucanos cobram
um desenlace. Mas a decisão do PSDB, seja qual for, não conseguirá deter o
desgaste do partido.
Os nomes dos presidenciáveis da legenda — Alckmin, Aécio e Serra— já
haviam saltado dos lábios dos delatores da Odebrecht como pulgas no dorso de
vira-latas. Agora, a presença de Aécio no epicentro do novo escândalo eliminou
até a presunção de superioridade moral que o PSDB imaginava ter.
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