Todo governante, uns mais, outros menos, é meio
paranoico. Sofre de mania de perseguição. Entre nós, o mais doidão de todos,
salvo engano, foi Jânio Quadros. Dizia-se pressionado por forças “ocultas”, que
depois entraram para a história oficiosa como “terríveis”. Não precisa ser
especialista em nada para desconfiar que, por trás de umas e de outras forças,
estava ela: a maldita da uca, a lhe entortar o raciocínio e os passos.
Ainda agorinha, tivemos um presidente que jamais
perdia a oportunidade de denunciar um suposto complô das elites e da imprensa
para apeá-lo do cargo. Tudo por conta de uma única e definitiva razão: a imprensa
e as elites não suportam ver um operário no comando do país e ainda mais
ensinando aos bacanas do Primeiro Mundo como se governa tão bem. Até porque,
segundo o próprio, nunca antes na história desse país etc. e tal. Há quem
desconfie de que sua semelhança com JQ vai além do carisma, do jeitão
histriônico de ambos. Quem o conhece de perto diz ser incondicional seu amor
pelos produtos da terra, especialmente quando eles vêm na forma de destilados.
Nossa presidente anda com os nervos um tanto
arruinados. Não perde a oportunidade para meter a pua nos “pessimistas
profissionais” que torcem para que a inflação volte com tudo e prejudique sua
reeleição. Para ela, os preços do tomate, dos ovos e de outras coisinhas mais
são pontos fora da curva, nada mais que isso. Tudo nos trinques. E não se fala
mais nisso. A pergunta que não se cala é outra.(junho de 2013)
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