quinta-feira, 24 de julho de 2014

CLÓVIS CAMPÊLO

REMINISCÊNCIAS E HISTÓRIAS JULIANAS

Clóvis Campêlo

Para mim, o mês de julho começa no dia 3, com o aniversário do meu neto Pedro. No dia 29, nasceu seu Clóvis, meu pai. Entre as duas datas natalícias, ainda comemoro no dia 5 o aniversário de dona Carmelita, a minha avó materna, e dos meus tios maternos Maurício e Luiz, nos dias 11 e 15, respectivamente,

Foi no dia 20 de julho de 1969, aliás, que a missão Apollo 11 pousou na lua. Os astronautas americanos Neil Amstrong e Edwin Aldrin, tornaram-se, assim, os primeiros seres humanos a pisar no solo lunar. Na noite desse acontecimento, eu participava de uma semana de arte popular organizada pelo grupo Juventude Unida de Brasília e Pina (Jubrapi), no salão de festas da paróquia de Brasília Teimosa. Foi uma noite de apresentações dos grupos de samba e maracatus do bairro, além de uma exposição de artistas plásticos e poetas populares. Engana-se quem pensa que o povo não tem uma cultura sólida e ancestral.

Curti tudo isso na companhia do meu amigo Valmir Sá e de Gracita Salgueiro, uma garota encantadora que estava na minha alça de mira havia tempos e que morava na mesma rua em que eu morava. Começamos a namorar naquela mesma noite. Juntos, assistimos o baticum dos maracatus e dos sambas suburbanos, vimos na pequena televisão em preto e branco o noticiário sobre a conquista da lua, e depois nos beijamos no portão da sua casa. Parafraseando o outro Amstrong, o Louis do piston, eu cantarolava “What a Wonderful World”!

Composta em 1967 por Bob Thiele e George David Weiss especialmente para Amostrong, a canção fala nas coisas simples do dia a dia e na esperança de um futuro melhor e mais promissor para a espécie humana. Ainda havia muito a ser aprendido por nós, adolescentes, e, portanto, a música vinha a calhar naquele momento histórico e pessoal.

Amstrong

Amstrong, o músico, por sinal, faleceria em Nova Iorque, no dia 6 de julho de 1971, quatro anos apenas após ter gravado a música acima.

O mês de julho também, dentro da tradição da Igreja Católica, é devotado ao Preciosíssimo Sangue de Cristo, em reverência ao sangue de Jesus derramado na cruz. Consta que, em 1848, o Papa Pio IX foi expulso de Roma pelas forças revolucionárias. No ano seguinte, os exércitos franceses permitiram-lhe voltar à Cidade Eterna, após um ataque que durou de 28 de Junho a 1 de Julho. Invocando e dando graças pelo sangue derramado por Jesus por amor aos homens de todos os tempos, o Sumo Pontífice criou esta festa, situando-a no dia em que lhe foi possível voltar a Roma. O Papa seguinte, Pio X, estendeu a festa à Igreja Universal. Nos nossos dias, quase esquecida, a festa é celebrada solenemente em algumas congregações religiosas.

Em julho, nós recifenses, reverenciamos Nossa Senhora do Carmo, a padroeira da cidade, cuja festa comemora-se no dia 16. Julho também é o mês de San'Ana, a mãe de Maria, com festa no dia 26.


Recife, 2014

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