Foto: Shutterstock |
VOCÊ
SABE O QUE É PROPINA?
Lula
redefiniu suborno, jabá, pixuleco, comissão ou,
como
dizem no Nordeste, ‘um agrado’
Por
Nelson Motta
O
Globo
28/07/2017
“Propina é uma palavra inventada pelos
empresários ou pelo Ministério Público para tentar culpar os políticos”.
Não é piada, humor ou ironia, é Lula
redefinindo suborno, jabá, pixuleco, comissão ou, como dizem no Nordeste, “um
agrado”, legitimando receber dinheiro sujo para promover fraudes e ilegalidades
que ajudem empresas e quadrilhas a roubar o Estado e o contribuinte.
Os políticos, coitados, não têm culpa
de nada, são bodes expiratórios de uma aliança espúria entre empresários e o
Ministério Público.
É esse o cara que, como uma fênix do
agreste, vai renascer das próprias cinzas para nos salvar?
É o que pensa quem se oferece como
esperança de um comportamento decente de políticos e governantes? Há
controvérsias.
Lula diz que todos os políticos pedem
dinheiro a empresários e que não conhece ninguém que venda a casa ou o carro
para ser candidato, mas não diz que alguns vendem coisas ainda mais valiosas.
Ou trocam por futuros serviços. Tudo para defender o povo… rsrs.
Os empresários oferecem doações como
um investimento que esperam recuperar um dia, ou como pagamento por serviços
prestados, ou são achacados por políticos e, temendo retaliações, “contribuem”,
como quem paga proteção a uma organização criminosa.
Todo mundo sabe disso desde que o
Brasil é Brasil. Lula também, mas sua conclusão é diferente: “A diferença é que
agora eles transformaram as doações em propinas. Então ficou tudo criminoso.”
Simples assim. “Eles” criminalizaram
tudo. É como se antes da Lava-Jato não fosse crime pagar por trabalhos sujos
prestados usando cargos públicos.
É como se ninguém soubesse a
diferença entre doação e propina, como se todo mundo fosse como os zumbis que seguem
políticos em manadas movidas a fanatismo e ignorância.
É constrangedor até para seus
partidários ouvir isso de quem pretende liderar a reconstrução do país e de
suas instituições.
Não é só retórica palanqueira para a
militância, é um acordo de leniência com as práticas políticas que nos levaram
ao lodaçal em que chafurdamos.
Propina não é só uma palavra, virou
uma instituição nos governos Lula, Dilma e Temer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário