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E lá vinha ela como
sempre, cheia de graça, lascívia em pessoa, short bem curtinho e branco,
camiseta do Brasil amarrada acima da cintura, bonezinho, umbigo de fora, salto
alto. Pra realçar as ancas. Descendo a ladeira como quem vai para o abate, com
a satisfação de quem adora ser abatida – e abater.
Deolinda, Deolinda. Sonho
de consumo dos machos de Vila Invernada.
No Bar do Carneiro, a turma
de sempre esquentava os tamborins. Ninguém é de ferro. Dia de estreia da
seleção na Copa do Mundo, é sempre dia tenso. Alguém avisou:
-- Olha a Deolinda,
gente!
Tacos repousaram sobre
o pano verde. O baralho foi deixado de lado. Até quem nunca bebeu, bebeu. A
porta do bar ficou entupida de admiradores. Alguém disse nunca ter visto duas “brazucas”
daquelas ameaçando desertar da blusa colada e do sutiã três números a menos. Outro
não deixou de registrar a beleza da “caxirola” de Deolinda. Mas a palavra
definitiva veio de quem menos se esperava – do sempre acanhado Carneiro, dono
da espelunca:
-- Nada se iguala ao “fuleco”
de Deolinda, nada!
acaatinga.org.br |
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