sexta-feira, 6 de junho de 2014

DALINHA

À MINHA MÃE

Minha mãe estou distante,
Mas em mim nada mudou.
Conservo em meu coração
Lembranças do que passou.
Do lado esquerdo do peito
Guardo carinho e respeito
Que você, mãe, conquistou.

***

Lembro-me com saudades
Daquele bom tempo antigo.
Menina astuta e levada
Você brigando comigo.
Quantas surras eu levava,
E novamente aprontava
Pois não temia castigo.

***

É que no fundo eu sabia,
Tinha sua proteção.
Os castigos e as surras
Vinham como correção
Em cima desta menina
Que mesmo sendo traquina,
Tinha um bom coração.

***
Saudades eu sinto muitas,
Ás vezes fico perdida.
Tentando em vão imitar
Sabor de sua comida.
E daquela comidinha...
Nunca mais sua Dalinha
Vai esquecer nessa vida.

***

Você passou dos noventa
Porém briga pela vida.
Seus ombros estão arreados,
Anda um bocado esquecida,
Mas faz seus versos e canta,
E por tudo isso me encanta,
Minha velhinha querida.

***

Hoje também eu sou mãe,
E quantas obrigações...
Somente agora eu entendo
As suas preocupações.
Pelos filhos que pari
Já chorei também sorri
Em tempos de emoções.

Dalinha Catunda



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