TRISTEZA
Por
que estás assim,
violeta?
Que borboleta
morreu
no jardim?
INFÂNCIA
Um
gosto de amora
comida
com sol. A vida
chamava-se
agora.
VELHICE
Uma
folha morta.
Um
galho, no céu grisalho.
Fecho
a minha porta.
CARIDADE
Desfolha-se
a rosa
parece
até que floresce
o
chão cor-de-rosa.
AQUELE
DIA
Borboleta
anil
que
um louro alfinete de ouro
espeta
em Abril
JANEIRO
Jasmineiro
em flor.
Ciranda
o luar na varanda.
Cheiro
de calor.
PASSADO
Esse
olhar ferido,
tão
contra a flor que ele encontra
no
livro já lido!
Guilherme Andrade de Almeida
(Campinas, 24 de julho de 1890 — S.Paulo, 11 de julho de
1969)
advogado, jornalista, crítico de cinema, poeta, ensaísta
e tradutor
TALVEZ VOCÊ TAMBÉM GOSTE DE LER
Argemiro nunca foi aluno brilhante. Do antigo primário à faculdade, o máximo que conseguiu foi assegurar, quando muito, uma vaga no grupo dos que não cheiram nem fedem. Ou seja: um lugar no pelotão dos medíocres...
Por Orlando Silveira, em "Argemiro foi com as outras e se deu (quase) muito bem"
http://orlandosilveira1956.blogspot.com.br/2016/12/quase-historias.html#comment-form
Lindíssimos haicais na forma abrasileirada, criada por Guilherme de Almeida, em que o primeiro verso rima com o terceiro, e o segundo verso possui uma rima interna (A 2ª sílaba rima com a 7ª sílaba.) Esta rima interna parece fácil, mas não é!
ResponderExcluirGlorinha, é isso. O belo para simples de se fazer. Qual o quê, minha amiga poeta.
Excluir