quarta-feira, 21 de setembro de 2016

HORA DA VITROLA: ELIS (MAIORES SUCESSOS - 4)

alemdaimaginacao.com


Em 2015, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD) divulgou os resultados de uma pesquisa feita junto a emissoras de rádio e casas de festas, para saber quais as músicas interpretadas por Elis Regina que foram mais tocadas entre os anos de 2010 e 2014. Veja a lista:

COMO NOSSOS PAIS – BELCHIOR
O BÊBADO E A EQUILIBRISTA – JOÃO BOSCO/ALDIR BLANC
ÁGUAS DE MARÇO – TOM JOBIM
ALÔ, ALÔ, MARCIANO – RITA LEE/ROBERTO CARVALHO
CASA NO CAMPO – ZÉ RODRIX/TAVITO
FALSO BRILHANTE – VERSÃO ARMANDO LOUZADA
MADALENA – IVAN LINS/RONALDO MONTEIRO DE SOUZA
APRENDENDO A JOGAR – GUILHERME ARANTES
TIRO AO ÁLVARO – ADONIRAN BARBOSA/OSWALDO MOLLES
ROMARIA – RENATO TEIXEIRA

(7º LUGAR)

MADALENA
DE IVAN LINS E RONALDO MONTEIRO DE SOUZA



Oh! Madalena
O meu peito percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao pranto meu...

Fique certa
Quando o nosso amor desperta
Logo o sol se desespera
E se esconde lá na serra...

Oh! Madalena
O que é meu não se divide
Nem tão pouco se admite
Quem do nosso amor duvide...

Até a lua
Se arrisca num palpite
Que o nosso amor existe
Forte ou fraco
Alegre ou triste...

Oh! Madalena
O meu peito percebeu
Que o mar é uma gota
Comparado ao pranto meu...

Fique certa
Quando o nosso amor desperta
Logo o sol se desespera
E se esconde lá na serra...

Oh! Madalena
O que é meu não se divide
Nem tão pouco se admite
Quem do nosso amor duvide...

Até a lua
Se arrisca num palpite
Que o nosso amor existe
Forte ou fraco
Alegre ou triste...

Oh! Madalena!
Oh! Madalena!
Oh! Madalena!
Oh! Madalena!...

Madalena! Madalena!

Oh Ma! Oh Madá! Oh Madalê Lê Lê Lê Lê Lena!...(4x)


(8º LUGAR)

APRENDENDO A JOGAR
DE GUILHERME ARANTES



Vivendo e aprendendo a jogar
Vivendo e aprendendo a jogar
Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo
Mas aprendendo a jogar

Água mole em pedra dura
Mais vale que dois voando
Se eu nascesse assim pra lua
Não estaria trabalhando

Mas em casa de ferreiro
Quem com ferro se fere é bobo
Cria fama, deita na cama
Quero ver o berreiro na hora do lobo

Quem tem amigo cachorro
Quer sarna pra se coçar
Boca fechada não entra besouro
Macaco que muito pula, quer dançar

***





Quem ouve Elis cantar, ainda que só pelas gravações que ela deixou, não tem como manter-se em desacordo com os que a consideram a melhor intérprete da Música Popular Brasileira. É como duvidar que Pelé seja o grande craque da bola, algo completamente fora de cogitação. Elis reuniu – e desenvolveu – todas as qualidades que fazem uma cantora marcar época. Senhora da técnica e dona de uma emoção irrefreável, exalava boa música por todos os poros. Com timbre vocal agradabilíssimo e afinação a toda prova, encarou de tudo. Não que fosse eclética, ainda que tenha aberto também esse flanco. Cantou samba, bolero, calipso, Bossa Nova, rock. Em cada gênero, firmava novas possibilidades de vocalização. E tinha uma força descomunal no palco. Ao vivo, arrebatava o público como uma Maria Callas. Costumava dizer que havia se apaixonado pelo som da própria voz. Ela e o Brasil, que não a deixaria marcar apenas a época em que vivera.

Elis continua sendo a maior referência para quem segue o ofício de cantar MPB, em um raro caso de reverência mítica – como Paganini para o violino ou Jimi Hendrix para a guitarra elétrica.

Essa devoção é alimentada não só pelos fãs da cantora, que são muitos, mas principalmente pelos compositores que ela gravou. Milton Nascimento afirma dedicar a Elis as canções que fez. Todas. Antenada aos talentos que emergiam enquanto a música popular era sacudida por festivais, protestos, Jovem Guarda, tropicália, Clube da Esquina e uma nova escola nordestina, Elis apostou em desconhecidos e fez com que se consagrassem nacionalmente. Venceu um festival cantando Edu Lobo (“Arrastão”), gravou o tropicalista Gilberto Gil, chamou a atenção para o mineiro Milton e sua turma de Belo Horizonte, lançou o cearense Belchior e imortalizou “Romaria” do paulista Renato Teixeira.

Enquanto estimulava jovens carreiras, jamais deu as costas para a tradição. Cantava Ataulfo Alves, João do Vale, Dorival Caymmi e Adoniran Barbosa. Cantou “Águas de Março” em dueto com Tom Jobim. Cantou o que era bom. E se não fosse, ficava.

Celso Masson
Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira






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