terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O CANTO DE VÓLIA


AVISO

Não me deixes assim:
Exposta ao tempo,
Sem o regar de um carinho,
Sem o adubo de um beijo.

Sou delicada flor
Qualquer vento mais indelicado,
Pode às minhas pétalas injuriar,
E tudo o que mais preciso
É ter o teu carinho a me guardar.

Não me deixes assim:
Exposta à madrugada fria do desencanto.
Sem um olhar mais profundo,
Sem braços que me aqueçam.

Sou frágil borboleta,
Qualquer inverno mais rigoroso
Pode às minhas asas danificar,
E tudo o que mais preciso,
É do teu amor para me fazer voar.

Não me deixes assim:
Exposta ao silêncio da morte,
Sem a canção da amizade,
Sem o apoio constante.

Sou feita de poesia,
E as madrugadas me convidam
A acompanhar todos os alvoreceres
E a me encantar com os pores do Sol.

Se me relegas,
Se me esqueces,
Se me descuidas,
Se me desamas...

Talvez, eu murche,
Talvez, eu voe,
Talvez, eu morra,
Talvez, eu vire um verso.


E assim eu me perca no universo,
E acompanhe para sempre a poesia,
E não mais me terás, nem me verás,
A não ser em teus mais secretos sonhos.

22/05/2015

Vólia Loureiro Do Amaral
Vólia Loureiro do Amaral Lima é paraibana,
 engenheira civil, poetisa, romancista e artista plástica.. 
Autora das obras Aos Que Ainda Sonham (Poesia) 
e Onde As Paralelas Se Encontram (Romance). 



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