GRATA
Não vou esperar um milagre
acontecer.
Se o mar abrir de novo, eu
não estarei lá!
Se as trombetas soarem derrubando
muralhas de incompreensão e ignorância,
eu não estarei lá!
Estarei mais perto, num quarto clarinho
com cheirinho de hospital.
Ouvindo histórias de pescador, do galo
velho roubado na Páscoa, da triste passagem
pelo circo que pegou fogo em Niterói, da
mesa farta de doces e guaraná...
Histórias enfeitadas ora com confetes ora
espinhentas forçando a memória nos momentos
de dor.
Guardo enquanto posso pedaços de um barbante
invisível que ele doa de vez em sempre.
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