Ratos unidos jamais serão vencidos |
TEM
QUE MUDAR ISSO AÍ, VIU?
Não
é só para salvar Lula, porque se o salvar abrirá espaço
para
livrar Eduardo Cunha, Sérgio Cabral e os futuros criminosos
Por
Nelson Motta
O
Globo – n16/03/2018
‘Há momentos em que o universo conspira a
nosso favor”, revelava Paulo Coelho em “O alquimista”, e milhões acreditaram.
Se é mesmo assim, nos últimos anos o universo tem conspirado cruelmente contra
o Brasil.
Que forças malignas, que sinistras
quadraturas, engendraram esta nefasta conjunção que uniu os golpistas Michel
Temer, Renan, Jucá e seus emedebistas aos golpeados Lula, Dilma e seus
petistas, a Aécio e tucanos, aos pepistas de Valdemar Costa Neto e aos
petebistas de Roberto Jefferson? Todos juntos para derrubar a decisão do
Supremo Tribunal Federal, confirmada em três julgamentos, autorizando a prisão
de condenados em segunda instância. Tem que mudar isso aí, viu?
Não é só para salvar Lula, porque se o salvar
abrirá espaço para livrar Eduardo Cunha, Cabral e os atuais e futuros
condenados do MDB, PT, PTB, PP, PR e PSDB.
#QuadrilhasUnidasJamaisSerãoVencidas!
De que valerá o trabalho dos procuradores,
juízes federais e desembargadores dos TRFs? Tempo perdido.
Cármen Lúcia resistiu bravamente, aguentou a
pressão e não se apequenou. Mas até quando? Em seis meses termina sua
presidência, que vai ser assumida por Dias Tofolli, que pode colocar em pauta o
processo que quiser. E aí, como na canção de Chico Buarque, larari lariri...
A instituição de mais uma instância, no STJ,
proposta por Dias Tofolli e apoiada por Gilmar Mendes, terá maioria no plenário
e será uma vitória da impunidade dos ricos e poderosos. Bons e caros advogados
continuarão arrastando recursos anos a fio, aliados à lentidão da Justiça de
instâncias superiores, muitas vezes até a prescrição dos crimes, como sempre
foi.
Tem que manter isso aí, viu? Gritam em coro
Temer, Lula, Aécio, Renan, Valdemar e Jefferson.
O que há de pior no país, políticos,
empresários, funcionários e juízes criminosos que saquearam o Estado, estará
livre para afrontar a lei e desmoralizar a Justiça.
Como na “Crônica de uma morte anunciada”, de
García Márquez, já se sabe o desfecho desde o início, mas a narrativa é tão
emocionante que torcemos e alimentamos esperanças infundadas até o final
inexorável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário