FALTA
DE OPÇÃO A TEMER
MANTÉM
AS RUAS VAZIAS
Dois
fenômenos ajudam a explicar o desprestígio da gestão Temer:
a
demora da economia em reagir aos estímulos de Brasília
e a
proximidade do presidente com o lixão da Lava Jato
Por Josias
de Souza
UOL –
01/04/2017 | 02:54
A
coisa poderia estar melhor para Michel Temer. Ele governa praticamente sem
oposição. Até aqui, aprovou tudo o que quis no Congresso. Acaba de adoçar o
bolso dos brasileiros com a liberação do dinheiro que estava retido nas contas
inativas do FGTS. Mas o Ibope informa que o prestígio do governo Temer definha.
A taxa de reprovação do governo subiu de foi de 46% para 55%. E o índice
de aprovação caiu de 13% para 10%. Dois fenômenos ajudam a explicar o
desprestígio da gestão Temer: a demora da economia em reagir aos estímulos de
Brasília e a proximidade do presidente com o lixão da Lava Jato.
O
Ibope revela que entre as notícias mais lembradas pela população estão a
reforma da Previdência e a corrupção. No noticiário sobre a reforma, a plateia
é informada de que governo exige uma cota de sacrifícios da sociedade para
fechar o rombo nas contas previdenciárias. No noticiário sobre a corrupção, a
arquibancada fica sabendo que permanecem dentro do campo o mesmo time que se
habituou a fazer gol na mão grande dentro dos cofres públicos. Uma coisa não
combina com a outra.
O
desemprego bateu novo recorde. Está na casa de 13,2%. Há na praça 13,5
milhões de brasileiros sem um contracheque. Todos parecem sujeitos a perder
o emprego, exceto os ministros de Temer investigados na Lava Jato. Esse
contraste tira de Temer a autoridade para exigir da sociedade os sacrifícios
embutidos em reformas como a da Previdência. As manifestações do último final
de semana evidenciaram o esvaziamento das ruas. Mas o Ibope informa que o
descontentamento permanece em casa. Só não chega ao meio fio porque não enxerga
uma alternativa ao mal menor que Temer passou a representar.
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