ILUSTRAÇÃO: EQUIPE UOL |
Mãe é mãe. Disso todo mundo sabe. Não seria ela, justo ela, a negar a regra.
Acompanhava de longe a agonia disfarçada do filho, o mais lindo de todos os meninos do colégio.Menino estudioso, rapaz de futuro.
Mãe não perde um lance. E ela não perdia. Mãe judia. Festa junina.
Como o filhinho mais lindo do mundo, não recebia, ao
contrário dos coleguinhas, nenhum correio elegante, tratou de tomar as
providências: enviou ao rebento predileto um bilhete da hora:
“Sempre te amei, jamais deixarei de te amar, nunca pense em outra mulher,
pense só em mim”.
Ao receber a correspondência, o gorducho sorriu de satisfação, como há muito não se via. Atirou o saco
de pipoca no chão. Deu de ombros para o churrasco.
Exibido, mostrou o recado aos colegas, sem atentar para um detalhe
fundamental – a assinatura: “Mamãe”. (Orlando Silveira - atualizado em julho de 2019)
Nenhum comentário:
Postar um comentário