quarta-feira, 26 de junho de 2019

A SENHORA DO JUVENAL



Sempre impliquei com essa coisa de dizer ao amigo “me recomende à sua senhora”. Ora, respeito é bom. Que insinuação vagabunda é essa? Que bandalheira é essa? Há de ser muito safado para falar barbaridade dessas a um amigo.

Em bom Português: quem fala uma coisa dessas - "me recomente à sua senhora" -  chama amigo de corno. De corno manso!

Mas o tempo – senhor da razão ou do ladrão? – passa. E a gente aprende alguma coisinha e outra, percebe que expressões populares nem sempre são inservíveis.

Hoje, mais velho, sou adepto da expressão. Mas sempre faço a ressalva:

-- Quando lhe peço para me recomendar à sua senhora, quero seu bem. Se ela topar a recomendação – o que é improvável – terá grande decepção. E vai querer você de volta. Juvenal: captou a mensagem? Sou seu amigo. Me recomende à sua senhora. 



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