domingo, 30 de junho de 2019

HORA DA VITROLA: NEY MATOGROSSO (BASTA DE CLAMARES INOCÊNCIA) E PAULINHO DA VIOLA COM CARTOLA)(ACONTECE)

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Cartola e Dona Zica







BASTA DE CLAMARES INOCÊNCIA
De Cartola
Na interpretação de Ney Matogrosso

Basta de clamares inocência
Eu sei todo o mal que a mim você fez
Você desconhece consciência
Só deseja o mal a quem o bem te fez
Basta, não ajoelhes, vá embora
Se estás arrependida, vê se chora

Quando você partiu, me disse: "Chora!", não chorei
Caprichosamente fui esquecendo que te amei
Hoje me encontras tão alegre e diferente
Jesus não castiga o filho que está inocente







ACONTECE
De Cartola
Na interpretação de Paulinho da Viola e Cartola 


Esquece o nosso amor, vê se esquece.
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar.
Vai chorar, vai sofrer, e você não merece,
Mas isso acontece.

Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece.


quinta-feira, 27 de junho de 2019

QUASE HISTÓRIAS: A BIQUEIRA

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Foto: Arquivo Google


Os vizinhos de longa data estavam inconformados. Vladimir, filho de dona Maria e de seu João, casal querido no bairro, voltara a ser internado na véspera, menos de dois meses após ter saído da clínica de tratamento para alcoólatras e dependentes químicos. Com 25 anos de idade, Vladimir tem um caminhão de bagunças e internações (seis, com a atual) nas costas. Seu currículo não lhe serve para nada, mas sua folha corrida lhe fecha todas as portas. 

Desde pequenino, o filho de dona Maria e de seu João consome em doses industriais cachaça ordinária, crack, cocaína e tudo mais que lhe aparecer à frente. Para tanto, não mede esforços: furta, rouba, trafica, suborna policiais, falsifica cheques etc. Vendeu diversos objetos dos pais, passou nos cobres a motocicleta do irmão caçula, dublê de entregador de pizza e oficce boy. Afinal, o vício em primeiro lugar. Ainda não caiu nas garras da Justiça, mas está jurado de morte por mais de um traficante.

A vida de Vladimir fora das clínicas tem rota conhecida: casa - bar - biqueira; biqueira - bar - casa. Frequentemente, some por duas, três semanas. Faz da cracolândia seu amargo lar. Quando retorna, está em petição de miséria. Dona Maria e seu João nunca sabem se ele está vivo ou morto. Os velhos já não acreditam em recuperação. A razão que os leva a reinternar o filho é evitar que ele morra de overdose, de bala de bandido ou de tiro de polícia.

As recaídas de Vladimir são cada vez mais intensas. Quando sente o peso da barra, ele pisa no acelerador: bebe, cheira e fuma sem descontinuar. Não há quantidade que satisfaça sua fissura. Então, ele furta, rouba e trafica no mesmo ritmo alucinante. Inconscientemente, ele força para ser internado. Nas clínicas, em pouco tempo, passa a comer feito leão (a falta de drogas precisa ser compensada de alguma maneira), ganha peso, exibe seus conhecimentos sobre os doze passos e as reuniões dos Narcóticos Anônimos. Vive a repetir, em alto e bom som, orações e expressões como "Glória a Deus" e "Aleluia". 

Brincalhão, não reclama de nada, faz da clausura involuntária um spa para gente de posses poucas, como ele e família. Nos cultos evangélicos, canta, toca violão, lê a Bíblia, simula entrar em transe ante "a palavra do Senhor". Participa ativamente dos shows da fé. Nos momentos de orações que precedem as cinco refeições diárias, agradece a Deus por ter lhe enviado a uma "casa como esta". Amém. 

Não há dia em que o filho de dona Maria e seu João não repita "n" vezes que está recuperado - muito embora não se esqueça da cachaça, da cocaína, do crack e da maconha. Adora funk e tatuagem. Diz para quem se dispõe a ouvi-lo que não sossegará enquanto não cobrir todo corpo com imagens de muitas cores e formatos. 

Terminada a internação, Vladimir volta para casa com muitos quilos a mais. Por economia e estratégia de marketing, as clínicas de recuperação - que na verdade recuperam poucos (segundo a Organização Mundial da Saúde, só 3%, em média, não voltam a reincidir) - abusam dos carboidratos. Quem era pele, osso e pó vira gorducho. Ainda que não queira. Muitos ainda acreditam que bochechas vermelhas e sobrepeso são sinônimos de saúde. 

Vladimir não foge à regra. A exemplo de seus companheiros de infortúnio, diz que a atual será sua última internação, que não voltará mais para um lugar daqueles, que já planejou uma nova vida, que nunca mais decepcionará mãe e pai, que quer cuidar do filho pequeno etc.  Mas, antes de  colocar em prática seus muitos planos, vai dar um instantinho no bar e uma passadinha na biqueira. Para dar adeus à velha vida. 

Por Orlando Silveira
Atualizado em julho de 2019 




quarta-feira, 26 de junho de 2019

HORA DA VITROLA: ZÉ RAMALHO (ADMIRÁVEL GADO NOVO)

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Imagem: "Retirante#, de Cândido Portinari


ADMIRÁVEL GADO NOVO

De Zé Ramalho e Alceu Valença

Com Zé Ramalho e Fagner




Vocês que fazem parte dessa massa

Que passa nos projetos do futuro

É duro tanto ter que caminhar

E dar muito mais do que receber

 

E ter que demonstrar sua coragem

À margem do que possa parecer

E ver que toda essa engrenagem

Já sente a ferrugem lhe comer

 

Ê, ô, ô, vida de gado

Povo marcado, ê!

Povo feliz!

Ê, ô, ô, vida de gado

Povo marcado, ê!

Povo feliz!

 

Lá fora faz um tempo confortável

A vigilância cuida do normal

Os automóveis ouvem a notícia

Os homens a publicam no jornal

 

E correm através da madrugada

A única velhice que chegou

Demoram-se na beira da estrada

E passam a contar o que sobrou!

 

Ê, ô, ô, vida de gado

Povo marcado, ê!

Povo feliz!

Ê, ô, ô, vida de gado

Povo marcado, ê!

Povo feliz!

 

Ôôô, boi

 

O povo foge da ignorância

Apesar de viver tão perto dela

E sonham com melhores tempos idos

Contemplam essa vida numa cela

 

Esperam nova possibilidade

De verem esse mundo se acabar

A arca de Noé, o dirigível

Não voam, nem se pode flutuar

 

Não voam, nem se pode flutuar

Não voam, nem se pode flutuar

 

Ê, ô, ô, vida de gado

Povo marcado, ê!

Povo feliz!

Ê, ô, ô, vida de gado

Povo marcado, ê!

Povo feliz!

  

A SENHORA DO JUVENAL



Sempre impliquei com essa coisa de dizer ao amigo “me recomende à sua senhora”. Ora, respeito é bom. Que insinuação vagabunda é essa? Que bandalheira é essa? Há de ser muito safado para falar barbaridade dessas a um amigo.

Em bom Português: quem fala uma coisa dessas - "me recomente à sua senhora" -  chama amigo de corno. De corno manso!

Mas o tempo – senhor da razão ou do ladrão? – passa. E a gente aprende alguma coisinha e outra, percebe que expressões populares nem sempre são inservíveis.

Hoje, mais velho, sou adepto da expressão. Mas sempre faço a ressalva:

-- Quando lhe peço para me recomendar à sua senhora, quero seu bem. Se ela topar a recomendação – o que é improvável – terá grande decepção. E vai querer você de volta. Juvenal: captou a mensagem? Sou seu amigo. Me recomende à sua senhora. 



terça-feira, 25 de junho de 2019

HORA DA VITROLA: ALCEU VALENÇA (LA BELLE DE JOUR)

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LA BELLE DE JOUR
De Alceu Valença

Ah hei! Ah hei! Ah hei!
Ah! La Belle de Jour!
Ah hei! Ah hei!
Eu lembro da moça bonita
Da praia de Boa Viagem
E a moça no meio da tarde
De um Domingo azul
Azul era Belle de Jour
Era a bela da tarde
Seus olhos azuis como a tarde
Na tarde de um Domingo azul
La Belle de Jour!
Eu lembro da moça bonita
Da praia de Boa Viagem
E a moça no meio da tarde
De um Domingo azul
Azul era Belle de Jour
Era a bela da tarde
Seus olhos azuis como a tarde
Na tarde de um Domingo azul
La Belle de Jour!
Belle de Jour!
Oh! Oh!
Belle de Jour!
La Belle de Jour
Era a moça mais linda
De toda a cidade
E foi justamente pra ela
Que eu escrevi o meu primeiro blues


Mas Belle de Jour
No azul viajava
Seus olhos azuis como a tarde
Na tarde de um Domingo azul
La Belle de Jour!
La Belle de Jour!
Eu lembro da moça bonita
Da praia de Boa Viagem
E a moça no meio da tarde
De um Domingo azul
Azul era a Belle de Jour
Era a bela da tarde
Seus olhos azuis como a tarde
Na tarde de um Domingo azul
La Belle de Jour!
Eu lembro da moça bonita
Da praia de Boa Viagem
E a moça no meio da tarde
De um Domingo azul
Azul era a Belle de Jour
Era a bela da tarde
Seus olhos azuis como a tarde
Na tarde de um Domingo azul
La Belle de Jour!
Belle de Jour!
Oh! Oh!
Belle de Jour!
La Belle de Jour
Era a moça mais linda
De toda a cidade
E foi justamente pra ela
Que eu escrevi o meu primeiro blues
Mas Belle de Jour
No azul viajava
Seus olhos azuis como a tarde
Na tarde de um Domingo azul
La Belle de Jour!
Ah hei! Ah hei! Ah hei!
Ah hei! Ah hei!

QUASE HISTÓRIAS: DE PEÃO A MARAJÁ

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Como dia a música: "Vence na vida..."
Arte: pt.coolclips.com


A euforia de Antoninho Lisboa saltava aos olhos de todos. Cumprimentava quem cruzasse seu caminho, fosse amigo ou não, fosse conhecido ou não. Mandava beijos para crianças, fazia mesuras para as senhoras de meia idade para cima. Parecia candidato em campanha. Mas, Lisboa, como todos o chamavam, não era candidato a nada, exceto a viver a vida. Na véspera, saíra sua aposentadoria. E que aposentadoria! Vencimento integral, equivalente ao que recebia na ativa, coisa de cinco vezes o teto de INSS. Ainda era novo, saúde em perfeitas condições. O que mais alguém pode querer? Ia pelas ruas cantarolando aquela música de antigas festas de fim de ano, embora estivéssemos na Quaresma: “Adeus, vida velha; feliz, vida nova. Muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender”.  


Lisboa lembrou-se de comprar algum presente e fazer visita ao doutor Quirino. Precisava agradecê-lo. E muito. Ninguém fez por ele o que o-ex-diretor-geral da Câmara Municipal lhe fez. Ninguém. Nem o próprio pai. Primeiro doutor Quirino, deu um jeito para que ele passasse no concurso para ajudante geral. O salário não era nem uma maravilha, mas também não era de se jogar fora. Em seguida, o tutor o chamou para uma conversa reservada. Até hoje, Antoninho Lisboa lembra-se com exatidão daquelas sábias palavras:

- Meu querido Lisboa, eu vou lhe pedir duas coisas: (1ª) que você acredite em mim e (2ª) que você se deixe levar pela engrenagem da Câmara. Enquanto eu estiver no comando, para você, o céu será de brigadeiro. Mas é fundamental que tenha paciência.

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"... quem diz 'sim'"
Arte: Depositphotos

Três meses depois, doutor Quirino o chamou para uma segunda conversa:

- Meu amigo, a partir da próxima semana, você irá trabalhar para o vereador Vadão. Ele vai lhe dar um cargo comissionado. Só que você terá que lhe devolver a diferença.

- Que vantagem eu levo, doutor Quirino? Perdão, eu não entendi.

- Várias. Você não precisará vir à Câmara às segundas e sextas. Com sua habilidade, não terá dificuldades para arrumar uns bicos, a fim de reforçar o orçamento. O mais importante, porém, é que, de tempos em tempos, parte do seu salário de assessor será incorporada ao seu salário de origem. E isso ninguém mais lhe tira. Quando você se aposentar, terá uma baita aposentadoria. E tem mais: vou pedir ao vereador Vadão que lhe dê R$ 500 a mais por mês. Ou seja: você começa como peão e termina como marajá. Entendeu?

- Entendi. Como posso lhe agradecer?

- Não se preocupe com isso, querido. Apareça em meu apartamento aos sábados. Tenho andado muito só, carente mesmo. E não se esqueça: deixe-se levar pela engrenagem.

E assim foi feito. 

(ORLANDO SILVEIRA – ATUALIZADO EM JULHO DE 2019)

segunda-feira, 24 de junho de 2019

HORA DA VITROLA: BELCHIOR


Belchior, cantor e compositor.

GALOS, NOITES E QUINTAIS
De Belchior

Quando eu não tinha o olhar lacrimoso
Que hoje eu trago e tenho
Quando adoçava o meu pranto e o meu sono
No bagaço de cana de engenho

Quando eu ganhava esse mundo de meu Deus
Fazendo eu mesmo o meu caminho
Por entre as fileiras do milho verde que ondeiam
Com saudades do verde marinho



Eu era alegre como um rio
Um bicho, um bando de pardais
Como um galo, quando havia
Quando havia galos, noites e quintais

Mas veio o tempo negro e a força fez
Comigo o mal que a força sempre faz
Não sou feliz, mas não sou mudo
Hoje eu canto muito mais
Não sou feliz, mas não sou mudo
Hoje eu canto muito mais


SÃO JOÃO

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Hoje é dia dele. E de meus queridos: João Gabriel (filho mais velho, o melhor cara que conheci, depois de meu pai) e João Eduardo (o famoso e eterno Dudu, meu netinho mais velho, minha razão de viver).

IMAGENS: FESTAS JUNINAS



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PORTINARI


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HEITOR DOS PRAZERES


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DI CAVALCANTI


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ANITA MALFATTI


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ALINE HANNUN


Nenhuma descrição de foto disponível.
VOLPI


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GUIGNARD


ANITA MALFATTI


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HEITOR DOS PRAZERES


ALFREDO VOLPI


MILITÃO DOS SANTOS (NAIF)

CORREIO ELEGANTE

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ILUSTRAÇÃO: EQUIPE UOL

Mãe é mãe. Disso todo mundo sabe. Não seria ela, justo ela, a negar a regra.

Acompanhava de longe a agonia disfarçada do filho, o mais lindo de todos os meninos do colégio.Menino estudioso, rapaz de futuro.

Mãe não perde um lance. E ela não perdia. Mãe judia. Festa junina.

Como o filhinho mais lindo do mundo, não recebia, ao contrário dos coleguinhas, nenhum correio elegante, tratou de tomar as providências: enviou ao rebento predileto um bilhete da hora:

“Sempre te amei, jamais deixarei de te amar, nunca pense em outra mulher, pense só em mim”.

Ao receber a correspondência, o gorducho sorriu de satisfação, como há muito não se via. Atirou o saco de pipoca no chão. Deu de ombros para o churrasco. 

Exibido, mostrou o recado aos colegas, sem atentar para um detalhe fundamental – a assinatura: “Mamãe”.   (Orlando Silveira - atualizado em julho de 2019)

domingo, 23 de junho de 2019

RAPIDÍSSIMAS

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ILUSTRAÇÃO: DREAMSTIME



ASAS À IMAGINAÇÃO
Os solitários não precisam ser necessariamente infelizes. Afinal, eles podem reinventar o mundo. Todo santo dia. 

BOTEM REPARO
Quem é sempre do contra nunca é a favor de nada. Ou seja: não tem serventia alguma.

BOTEM REPARO II
Quem assobia não come.

BOTEM REPARO III
Nem todo tatuado, evidentemente, é bandido. Mas todo bandido é tatuado.

CONTRA A CORRENTE
Ruim com ele... Melhor sem ele.

ACASO
Quando um não quer, dois não ficam. A não ser que apareça, de onde menos se espera, um personagem como J. Pinto Fernandes, de Drummond (QUADRILHA).

ESFORÇO EM VÃO
Trocou os aplausos fugazes pelo silêncio reconfortante. E continuou infeliz.

TOLICES
Nem todo dito popular é despropositado. Querem ver? “A pressa é inimiga da perfeição”. Ora, quem padece de ejaculação precoce sabe disso.

DE HOMEM PARA HOMEM
Com um frio danado desses, só há uma forma de amor possível - a platônica.

OS MELHORES AMIGOS
São os de quem gosto. São muitos? São poucos? São velhos? São novos? São reais? São virtuais? Não sei. Mas que importa? São os de quem gosto muito.
  

quinta-feira, 13 de junho de 2019

HORA DA VITROLA: NANÁ VASCONCELOS & MILTON NASCIMENTO (SAN VICENTE)


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Milton e Naná/ Foto: www.jobin.org


Naná Vasconcelos (2 de agosto de 1944 – 9 de março de 2016)
 foi referência internacional na música brasileira, jazz e world music. 
Venceu nada menos que oito prêmios Grammy. 
Por oito vezes também foi eleito o melhor percussionista do mundo
 pela revista americana de jazz "Down Beat".


SAN VICENTE
De Milton Nascimento e Fernando Brandt
Com Milton e Naná Vasconcelos (2009)




Coração americano
Acordei de um sonho estranho
Um gosto, vidro e corte
Um sabor de chocolate
No corpo e na cidade
Um sabor de vida e morte
Coração americano
Um sabor de vidro e corte

A espera na fila imensa
E o corpo negro se esqueceu
Estava em San Vicente
A cidade e suas luzes
Estava em San Vicente
As mulheres e os homens
Coração americano
Um sabor de vidro e corte

Unhnhnhnh...

As horas não se contavam
E o que era negro anoiteceu
Enquanto se esperava
Eu estava em San Vicente
Enquanto acontecia
Eu estava em San Vicente
Coração americano
Um sabor de vidro e corte

Lararararairai...

sábado, 8 de junho de 2019

RAPIDÍSSIMAS


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QUATRO DÉCADAS
Quando tudo parecia perdido, eles deram a volta por cima: voltaram a ser o que sempre foram: amigos, cúmplices para sempre.

RECOMEÇAR
Nunca é tarde pra partir.

POR AQUI, POR ALI?
Ora, se a gente tivesse certeza sobre o melhor caminho, a gente o percorria.

TEM JEITO NÃO
Envelhecer é acumular perdas. Mas, quem se dispõe a ir antes da hora?

CONFORTO
Quem diria? Três casas nos separam. A gente voltou a namorar. Namorar é bom. Namorem.

ESFORÇO EM VÃO
Trocou os aplausos fugazes pelo silêncio reconfortante. E continuou infeliz.

NA PIOR IDADE
Aqueles gemidos lancinantes não são de prazer. São de dores, muitas dores. Nas costas, nos rins, nos braços e pernas.

ESTÁ ESCRITO
Homem que perde o trabalho, não importa sua história, com o passar do tempo vira estorvo Para si mesmo.

CELA 45
Muito pior que as grades é a convivência forçada.