Reclamar de quê? Reclamar de quem? Da vida
não pode ser: estou de pé. Dela? Nem pensar. Nunca tomei um café da manhã tão
gostoso, nunca fui tão acarinhado. Ela mora ao lado, casa nove. Eu moro na casa
cinco. Ou seja: o amor da minha vida, mais de quarenta anos de história, é minha
vizinha. Só não boto uma faixa amarela na entrada da favela, por duas razões:
(1) aqui não é favela, (2) ela odeia exibicionismo. Passo sempre por lá, como
lhe fizesse um favor. Imagine. Ela sempre me convida para tomar café, insiste
para que eu coma alguma coisa. Não como de manhã, apesar da fome. Homem é
besta. Não quero pão, manteiga, queijo. Eu só quero ela. Peço muito? (OS)
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