Foto: Arquivo Google |
Uma ilhota cercada de idiotas e prepotentes por todos os lados. Era assim que se sentia. O que mais desejava era sair dali, rapidinho, feito pé de vento.
Mas, como? Não dispunha de papel, caneta e garrafas para lançar mensagens ao mar. Pedir socorro. Ainda que tivesse garrafas, caneta e papel, não daria certo. Como lançar às ondas, do alto de penhasco, seus rabiscos, se não podia ir até o penhasco, proibido que estava de sair da cela, exceto para tomar banho de sol três vezes por semana? Pedir ajuda a quem?
Nesses anos de reclusão involuntária, não conseguiu identificar pessoa em que pudesse confiar a guarda e o destino das garrafas que não tinha. Só lhe restava rezar por um milagre com a fé miúda de sempre. Era o que lhe restava.
Por Orlando Silveira
Maio de 2018
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