Pixinguinha/Braguinha: dois craques
CARINHOSO
De Pixinguinha e João de Barro
(Braguinha)
Na interpretação de Marisa Monte e Paulinho da Viola
Meu
coração não sei por que
Bate
feliz Quando te vê...
E
os meus olhos ficam sorrindo
E
pelas ruas vão te seguindo...
Mas
mesmo assim, foges de mim...
Meu
coração não sei por que
Bate
feliz Quando te vê...
E
os meus olhos ficam sorrindo
E
pelas ruas vão te seguindo...
Mas
mesmo assim, foges de mim...
Ah
se tu soubesses como eu sou
Tão
carinhoso e muito, muito
Que
te quero... E como é sincero
Meu
amor... Eu sei que tu não
Fugirias...
Mais de mim...
Vem...
Vem... Vem... Veeeem...
Vem
sentir o calor dos lábios
Meus
a procura dos teus...
Vem
matar essa paixão...
Que
me devora o coração...
Só
assim então serei feliz...
Bem...
Feliz...
Ah
se tu soubesses como eu sou
Tão
carinhoso e muito, muito
Que
te quero... E como é sincero
Meu
amor... Eu sei que tu não
Fugirias...
Mais de mim...
Vem...
Vem... Vem... Veeeem...
Vem
sentir o calor dos lábios
Meus
a procura dos teus...
Vem
matar essa paixão...
Que
me devora o coração...
Só
assim então serei feliz...
Bem...
Feliz...
A
mais famosa melodia da música popular brasileira continua eterna, apesar dos
pesares: mesmo tendo sido escrita há mais de 90 anos, mesmo distorcida por
centenas de releituras e regravações (algumas honradas, outras nem tanto),
mesmo desmitificada ao embalar as mais diversas campanhas publicitárias, de
cafezinho a sobremesa para crianças. Alfredo da Rocha Vianna Jr. ainda não era
o Pixinguinha quando começou a ser chamado de prodígio, encantando com sua
musicalidade incomum e facilidade para instrumentos e improvisos. Se até hoje
ele é considerado o grande gênio musical brasileiro, foi porque garantiu seu
espaço desde cedo. Aos 13, já flautista (começou com o cavaquinho), gravou sua
primeira participação em um disco. Criativo, escreveu a melodia de “Carinhoso”
quando tinha menos de 18 anos, entre 1916 e 1917 (a data não é precisa nem
entre historiadores). Deixou a canção escondida por alguns anos, melindrado com
as alegações de que seria muito americanizada (ou “jazzificada”) e estruturada
de maneira diferente da do choro tradicional. A primeira gravação,
instrumental, foi acontecer apenas em 1928. Quase dez anos depois, João de
Barro, pseudônimo do onipresente compositor Braguinha, escreveu a letra que a
eternizaria de uma vez por todas. A interpretação clássica de Orlando Silva, de
1937, é de arrepiar até os desavisados. Mas os méritos da canção sempre vão
para Pixinguinha, instrumentista virtuoso, maestro, arranjador e verdadeiro
fomentador do que era então considerada a verdadeira música popular brasileira.
De Marisa Monte a Elizeth Cardoso, de Paulinho da Viola a Francisco Alves, de
Elis Regina a Marcelo Camelo, dezenas fizeram suas interpretações apaixonadas
de “Carinhoso”. Há uma frase atribuída a Vinicius de Moraes que diz que se “não
fosse Vinicius, queria ser Pixinguinha”. Aparentemente, não era só ele que
pensava assim.
Pablo Miyazawa/Revista
Rolling Stone
Bom Demais
ResponderExcluirObrigado, amiga. Baita prazer tê-la por aqui. Abraço.
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