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DO FILME APRENDIZ DE FEITICEIRO (GOOGLE) |
AÉCIO
NA BERLINDA
(OU
QUANDO O FEITIÇO
SE
VOLTA CONTRA O FEITICEIRO)
Por
Ricardo Noblat
oglobo.globo.com
03/03/2017
| 03h56
Em
depoimento, ontem, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente da
Odebrecht Infraestrutura Benedito Júnior disse que a empreiteira, a maior do
país, doou R$ 9 milhões em caixa dois para campanhas eleitorais do PSDB.
Segundo ele, o pedido de ajuda foi feito por Aécio Neves, atual presidente do
partido, e que em 2014 disputou com Dilma Rousseff a presidência da República.
O
TSE investiga irregularidades havidas na campanha daquele ano da chapa
Dilma-Michel Temer. Foi o PSDB, Aécio à frente, quem pediu ao TSE abertura de
processo a respeito. O processo foi aberto depois que começaram a surgir
indícios e provas de que houve, de fato, irregularidades. Se isso restar
comprovado, o TSE poderá declarar Dilma inelegível e cassar o mandato que Temer
herdou dela.
Conforme
contou Benedito Júnior, a Odebrecht repassou R$ 6 milhões para serem aplicados
nas campanhas de Pimenta da Veiga, Antonio Anastasia e Dimas Fabiano Toledo
Júnior. Pimenta da Veiga foi candidato ao governo de Minas – perdeu. Anastasia
se elegeu senador. E Toledo Júnior, deputado federal. Os outros R$ 3 milhões
foram para o publicitário Paulo Vasconcelos, responsável pela campanha de
Aécio.
Ficou
para outra ocasião o detalhamento por Benedito Júnior da acusação de caixa dois
contra Aécio. Ele não é investigado no processo que apura possíveis crimes
ocorridos na campanha presidencial de Dilma e de Temer. Deverá ser em outro
processo cuja abertura será pedida nas próximas semanas pela Procuradoria-Geral
da República. Naturalmente, Aécio nega que tenha pedido ou recebido dinheiro de
caixa dois.
A
Lava Jato deu seus primeiros passos antes da eleição presidencial de 2014. No
início do ano seguinte, quando Aécio bateu às portas do TSE com o pedido de
cassação dos mandatos de Dilma e de Temer, ele não fazia a mínima ideia do
quanto longe poderia ir a Lava Jato. Muito menos de que ela poderia alcançá-lo.
Tampouco que ele e Temer, um dia, se aliariam para tirar Dilma do poder. Pois
foi o que aconteceu.
Aliados
foram para aprovar o impeachment, aliados continuam para governar. Juntos na
vitória. Juntos receosos com o que possa vir.
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