sexta-feira, 8 de maio de 2015

A ANTA

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O marido, contrariando sua índole, ficou calado. Perder o pai batia mais forte que tudo, melhor deixar pra lá. Esforço medonho. A mulher, como sempre, tratou de resolver o que precisava ser resolvido. Sem ela, nada anda.

O vagabundo do serviço funerário – obeso sexagenário metido a engraçado, tomador de dinheiro, pulha por vocação – começou arengar:

-- Quem é o dono do túmulo? – quis saber o crápula, ante o computador.

-- Eu.

-- Quem são M.... e N.....?

-- Meus pais, mortos.

-- Há vaga?

-- Claro. O túmulo está vazio, reformamos ano passado, tenho todos os documentos comigo.


-- Estou vendo. Exumaram todos que ali estavam. Não se preocupem: logo todas as gavetas estarão ocupadas. Hehehehe. 

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