sábado, 30 de abril de 2016

IMAGENS: RAFAEL


TRANSFIGURAÇÃO - 1516/1520



O CASAMENTO DA VIRGEM - 1504



ESCOLA DE ATENAS - 1509/1511


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MADONNA DEL PRATO - 1506



MOND CRUCIFIXION - 1503

NÚBIA NONATO

www.clinks.com.br

DIA DESSES

Dia desses eu vou!
Vou pra um lugar
onde não existam
letras maiúsculas,
tão arrogantes.
Onde parênteses
não prendam ninguém.
Onde exclamação ganha
ares de espirro e nem grita.
Onde reticências sempre
quer dizer alguma coisa

mas prefere sussurrar...

sexta-feira, 29 de abril de 2016

HORA DA VITROLA: CAZUZA (IDEOLOGIA)


www.cazuza.com.br

IDEOLOGIA
DE CAZUZA E FREJAT





Meu partido
É um coração partido
E as ilusões estão todas perdidas
Os meus sonhos foram todos vendidos
Tão barato que eu nem acredito
Eu nem acredito
Que aquele garoto que ia mudar o mundo
(Mudar o mundo)
Frequenta agora as festas do "Grand Monde"

Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Ideologia
Eu quero uma pra viver

O meu prazer
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar a conta do analista
Pra nunca mais ter que saber quem eu sou
Pois aquele garoto que ia mudar o mundo
(Mudar o mundo)
Agora assiste a tudo em cima do muro

Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Ideologia
Eu quero uma pra viver


CHARGES: DIRETO DA "BESTA"

JORNAL DA BESTA FUBANA

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S. SALVADOR – ESTADO DE MINAS





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SPONHOLZ – JBF






mario
MÁRIO – TRIBUNA DE MINAS



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SID – CHARGE ONLINE


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PATER – A TRIBUNA (ES)



AUTO_nicolielo

NICOLIELO – JORNAL DE BAURU




AUTO_pelicano
                                                                   PELICANO – TRIBUNA (SP)




HORA DA VITROLA: JAMELÃO




FOLHA MORTA
De Ary Barroso
Na voz de Jamelão
 


Sei que falam de mim
Sei que zombam de mim
Oh, Deus como sou infeliz
Vivo às margens da vida
Sem amparo ou guarida
Oh, Deus como sou

Já tive amores, tive carinhos, já tive sonhos
Os dissabores levaram minha alma
Por caminhos tristonhos

Hoje sou folha morta
Que a corrente transporta
Oh, Deus como sou infeliz, infeliz
Eu queria um minuto apenas
 Pra mostrar minhas penas

Oh, Deus como sou infeliz

DALINHA

Dalinha Catunda é poetisa,
cordelista e declamadora


ACRÓSTICO

Da alma tiro meus versos
Adejo na poesia
Livre e sem embaraço
Imagino com alegria
Novo canto novo tema
Honrando cada poema
Amando o que a alma cria.

*
Cada verso que eu faço
Alinhavo a construção
Tento caprichar na rima
Uso a metrificação
Na estrofe construída
De maneira destemida
Assino minha invenção.



BRUNO NEGROMONTE

RELEMBRANDO NUNO ROLAND


Em quase quatro décadas de carreira, 
cantor foi um dos grandes de sua época


Reinold Correia de Oliveira, que ficou conhecido nacionalmente por Nuno Roland, é considerado por muitos como um dos grandes cantores da época de ouro da música popular brasileira. Não é pouco se levarmos em consideração que em tal período estavam também em atividade nomes como Carlos Galhardo, Orlando Siva, Sílvio Caldas e Francisco Alves. Nascido em  Joinville, município localizado a cerca de 180 quilômetros da capital de Santa Catarina, Reinold iniciou a sua carreira artística em Porto Alegre, capital do estado vizinho. Costumava dizer que o pontapé inicial de sua carreira se deu quando apresentou-se, ao lado da Jazz Band do 7º Batalhão de Caçadores de Porto Alegre, em uma emissora radiofônica da capital gaúcha e teve a oportunidade de se destacar como cantor. Em uma época em que assinar contrato com uma rádio representava um significativo passo na carreira de um artista, ainda com o nome de Reinold de Oliveira, Nuno assinou o seu primeiro com apenas 19 anos. Ainda no início da década de 1930, passou a se apresentar como cantor profissional em um cassino situado na cidade de Passo Fundo, município localizado no interior do estado do Rio Grande do Sul. É válido registrar que ao longo deste período em que esteve residindo no Rio Grande do Sul, Nuno (ou melhor, Reinold de Oliveira, pois o nome artístico com o qual ficou conhecido em todo o território nacional só viria após a sua saída do Rio Grande) teve a oportunidade de conhecer o cantor e compositor Lupicínio Rodrigues, de quem acabou tornando-se amigo. 

Por volta de 1934 o cantor e compositor Reinold de Oliveira resolve ir ao Sudeste, mais precisamente para São Paulo, objetivando a sedimentação de sua carreira junto aos grandes nomes da música popular existente na época. De início, apresentou-se na Rádio Record (sempre atuando na base de cachês). Nesse período tem a oportunidade de conhecer a turma do Regional do Garoto, que o levou para a Rádio Educadora Paulista, onde teve a oportunidade de ter o seu primeiro contrato assinado. Sua passagem pela capital paulista foi de aproximadamente dois anos e, foi na então "terra da garoa" (como a cidade é carinhosamente chamada por muitos), que Reinold adotou o nome artístico de Nuno Roland (por sugestão  do diretor artístico da Rádio Educadora Paulista). Foi ainda em São Paulo que teve a oportunidade de fazer o seu primeiro registro fonográfico, pela então gravadora Odeon. No 78 RPM estavam presentes a valsa "Pensemos num lindo futuro" e a canção "Cantigas de quem te vê". Na capital paulista o intérprete alcançou relativo sucesso, e pensando em alcançar um status ainda maior, resolve mudar-se para o Rio de Janeiro. Já como Nuno, em 1936, muda-se para a então Capital Federal, e lá assina contrato com a Rádio Nacional, estreando na inauguração da emissora em 12 de setembro daquele ano. Suas primeiras gravações no Rio de Janeiro aconteceram na Columbia em dois discos. Neles estavam presentes o samba-choro "Coitadinho do pachá", "Morena do samba", a valsa "Enquanto o luar está contente" e "Não posso te dizer adeus". Ainda na década de 1930 gravou canções como os sambas "Amor por correspondência", de Benedito Lacerda e Jorge Faraj, "Seja o que Deus quiser", de Mário Morais e Vadico, a marcha "Mulher fatal", de Antenógenes Silva e Osvaldo Santiago, a marcha "Guarda essa arma!", de Ataulfo Alves e Roberto Martins e a valsa "Iracema", de Bendito Lacerda e Aldo Cabral. Sem contar que tornou-se crooner da Orquestra do Copacabana Palace Hotel, onde atuou por 11 anos. 


Ficam aqui duas canções registradas pelo intérprete na década de 1930, mais precisamente em 1938. A primeira trata-se de "Covardia", canção de autoria de dois ícones do cancioneiro popular brasileiro (Ataulfo Alves e Mário Lago):

A segunda trata-se da valsa "Mil corações", canção de autoria também de Ataulfo, só que desta vez em parceria com Jorge Faraj, gravada no dia 28 de março de 1938 e lançada em julho do mesmo ano sob a matriz 5787:



quinta-feira, 28 de abril de 2016

PÉROLAS (2/2)

No texto anterior – PÉROLAS (1/2) –, registramos “foras”,
já incorporados ao nosso folclore político.
Mas não são apenas agentes públicos que falam e escrevem asneiras.
Seguem abaixo algumas pérolas escritas por jornalistas,
muitas delas talvez provocadas pelo dead  line (linha da morte)
 – horário limite para o fechamento da edição.

O que segue foi extraído do livro
“A arte de escrever bem – Um guia para jornalistas e profissionais do texto”,
das jornalistas Dad Squarisi e Arlete Salvador.

Divirtam-se.




Depois de algum tempo, a água corrente foi instalada
no cemitério para satisfação dos habitantes.

***

A vítima foi estrangulada a golpes de facão.

***

No corredor do hospital psiquiátrico, os doentes corriam como loucos.

***

Ela contraiu a doença na época em que ainda estava viva.

***

O velho reformado, antes de apertar o pescoço
da mulher até a morte, se suicidou.

***

À chegada da polícia,
o cadáver se encontrava rigorosamente imóvel.

***

A polícia e a justiça são as duas mãos de um mesmo braço.

***

O aumento do desemprego foi de 0% em novembro.

***

Os sete artistas compõem um trio de talento.

***

Quatro hectares de trigo foram queimados.
A princípio, trata-se um incêndio.

(novembro/2014)

Veja também:
http://orlandosilveira1956.blogspot.com.br/2016/04/perolas-12.html#comment-form

CHÁ DAS CINCO: PAULO LEMINSKI (3/3)

revistaengrenagem. wordpress.com


DOR ELEGANTE

Um homem com uma dor
É muito mais elegante
Caminha assim de lado
Com se chegando atrasado
Chegasse mais adiante

Carrega o peso da dor
Como se portasse medalhas
Uma coroa, um milhão de dólares
Ou coisa que os valha

Ópios, édens, analgésicos
Não me toquem nesse dor
Ela é tudo o que me sobra
Sofrer vai ser a minha última obra


www.avozdapoesia.com.br

HAI KAI

HAI

Eis que nasce completo
e, ao morrer, morre germe,
o desejo, analfabeto,
de saber como reger-me,
ah, saber como me ajeito
para que eu seja quem fui,
eis o que nasce perfeito
e, ao crescer, diminui.

KAI

Mínimo templo
para um deus pequeno,
aqui vos guarda,
em vez da dor que peno,
meu extremo anjo de vanguarda.

De que máscara
se gaba sua lástima,
de que vaga
se vangloria sua história,
saiba quem saiba.

A mim me basta
a sombra que se deixa,
o corpo que se afasta.


botequimcultural.com.br


A prosa de ficção de Leminski inclui os romances Catatau (1976), Agora É que São Elas (1984), Metaformose (1994) e o livro de contos O Gozo Fabuloso (2004). Classificar esses textos como "romances", "novelas" ou "contos", porém, é bastante arriscado, conforme escreve a crítica literária Maria Esther Maciel, pois seguem um princípio de experimentação e de mescla de todos os gêneros, não respeitando as fronteiras entre poesia, ficção ou ensaio. (Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural)


IMAGENS: IVALD GRANATO






















***

GOOGLE


Ivald Granato (Campos RJ 1949) é pintor, gravador, desenhista e artista multimídia. Em 1966, estudou pintura com Robert Newman. Depois, freqüentou por um breve período a Escola de Belas Artes. Desde a década de 1970, realiza performances e intervenções, recorrendo à fotografia e ao vídeo para documentá-las. Por duas vezes, em 1979 e em 1982, obteve o prêmio melhor desenhista do ano pela Associação Paulista dos Críticos de Arte - APCA. No início da década de 1980, participou de eventos com a Banda Performática, do artista José Roberto Aguilar, que associa pintura, música, teatro e circo. 

(Fonte: http://enciclopedia.itaucultural.org.br)




CHARGES: DIRETO DA "BESTA"


JORNAL DA BESTA FUBANA

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           SINOVALDO    


iotti
IOTTI – ZERO HORA (RS)


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SPONHOLZ – JBF





moises_-_28-04-2016

                                                                      MOISÉS – BLOG DO NOBLAT





migueljc
MIGUEL – JORNAL DO COMMERCIO (PE)



AUTO_amarildo
AMARILDO – A GAZETA (ES)



dalcio

COISAS DA VIDA


O NOME

(Por Violante Pimentel) Joaquim realizou o antigo sonho de se mudar para o Brasil, onde tentaria ganhar a vida. Juntou todas as suas economias e se estabeleceu numa capital nordestina. Seu primeiro empreendimento foi uma padaria, mas não deu certo. Abriu um mercadinho, também não deu certo. Como a cidade tinha um elevado índice de prostituição, Joaquim conseguiu um sócio e os dois investiram num motel, ao qual deram o nome “fantasia” de “Motel Nossa Senhora dos Prazeres”. 

O nome provocou a revolta da população católica da cidade, e o Clero impetrou um mandado de segurança, obtendo o fechamento imediato do motel. Dois anos depois, Joaquim resolveu investir novamente num motel.   

Após ouvir a opinião de alguns amigos, o proprietário resolveu “batizar” o novo motel com um nome que não tivesse qualquer relação com santos, anjos ou arcanjos. Dessa forma, estaria evitando um novo problema com a população católica e com a Igreja.  Tomou, então, as medidas necessárias, para instalação do novo empreendimento, e marcou a data da inauguração. Para garantir o sucesso do evento, expediu, previamente, convites e cortesias, para as pessoas mais influentes da cidade, especialmente os homens.

Joaquim guardou segredo quanto ao nome do novo motel, deixando para revelá-lo na ocasião da inauguração. Tinha certeza de que, desta vez, seria um sucesso.

No dia da inauguração, a cidade amanheceu com diversos “outdoors” espalhados em suas ruas, onde se podia ler a seguinte frase: “PAI, LEVA A MÃE TAMBÉM PARA O MOTEL…” As pessoas conservadoras não gostaram desse apelo e se posicionaram contra a irreverência do proprietário.


Violante Pimentel é procuradora 
aposentada do Rio Grande do Norte


Chegou a hora da inauguração, que foi bastante prestigiada. Quase todas as pessoas convidadas se fizeram presentes.
 
Iniciada a solenidade, houve o descerramento da cobertura da grande placa luminosa, onde se destacava o sugestivo nome do novo empreendimento de Joaquim: "MOTEL FADOS E FODAS". Como Joaquim era português, quis homenagear a música de sua terra, o fado, sem atentar para o fato de que a palavra "Fodas", no Brasil,  poderia ser interpretada como uma palavra obcena e desrespeitosa. As pessoas presentes não contiveram o riso, ao aparecer o nome do motel, iluminado e em letras garrafais.

Mais uma vez, o empreendimento de Joaquim foi de "água abaixo." A população conservadora da cidade ficou, novamente, indignada com o nome do motel, e o considerou um desrespeito às famílias decentes. Houve um “abaixo-assinado” encaminhado à autoridade competente, e a história se repetiu, sendo novamente determinado o imediato fechamento do motel. Para desespero de Joaquim, o “MOTEL FADOS E FODAS” funcionou apenas vinte e quatro horas.

Um fracasso total, somente por causa do nome…